Movimento iniciado há 11 dias já recebeu mais de 1600 assinaturas
Silvia Miranda
Joubert Fidelis, um dos organizadores, revela que abaixo assinado tem uma média de 200 assinaturas por dia
FABRICIANO – “BR-381 chega de medo, dor e descaso – medo de quem vai, dor de quem fica e descaso de autoridades”. A frase é título do abaixo assinado organizado por um grupo de amigos indignados e insatisfeitos com a situação caótica da rodovia que liga Belo Horizonte a Governador Valadares e acumula centenas de acidentes a cada ano. O abaixo assinado foi criado no dia 3 de agosto passado pelos professores Joubert Fidelis, Benildes Coura Moreira Maculan e Alan Vasconcelos em uma rede de relacionamentos na internet. Em 10 dias de circulação o protesto tinha recebido 1618 assinaturas até as 18h40 de ontem.
Um dos organizadores do abaixo assinado, Joubert Fidelis, é professor no Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste). Com residência em Belo Horizonte, mas trabalhando em Coronel Fabriciano, Joubert viaja toda semana pelo trecho da 381, há pelo menos 15 anos.
Após de ter sua viagem adiada em consequência de um acidente no dia 31 de julho, quando uma carreta que carregava 24 toneladas de amônia tombou e prensou um Fiat Uno interditando o trecho nos dois sentidos por mais de 24 horas, o grupo de amigos reconheceu que era hora de iniciar um protesto e não apenas lamentar o caos vivido constantemente no trecho rodoviário. “Não temos a noção de quantos acidentes acontecem por dia neste trecho, só sabemos que é uma estrada perigosa, mas quem será o próximo?”, protestou.
Outra organizadora do movimento, a professora Benildes Coura Moreira dos Santos Maculan, conta que o protesto começou de forma tímida e aos poucos tem se multiplicado pela internet. “Essa iniciativa começou como algo quase pessoal, mas tem conseguido o apoio de muita gente indignada com a negligência das autoridades com a BR-381 e o desrespeito com os usuários da rodovia, sobretudo no trecho Belo Horizonte a Governador Valadares”, afirma.
De acordo com dados apresentados no texto do abaixo assinado, até julho de 2009 a estatística da Polícia Rodoviária Federal apontava 69 feridos em 23 ocorrências consideradas graves, apenas no trecho de 100 km entre Belo Horizonte e João Monlevade, o que equivale à média de um acidente a cada dois dias. Com tantas vítimas e consequências trágicas que se repetem a cada semana, Joubert acredita que a população se torna mais insensível aos acidentes. “Se não é alguém querido ou conhecido não ficamos incomodados”, lamenta.
O professor lembra que dois professores, Márcio Silva Duarte e Lindolfo dos Santos, que trabalhavam na instituição, morreram vítimas de acidentes na BR 381.
Efeito
O movimento tem recebido uma média cerca de 200 assinaturas por dia, e o apoio de vários blogs e outras redes sociais que têm ajudado na divulgação do movimento. Sem data para terminar, o professor espera alcançar um número expressivo de assinaturas para sensibilizar as autoridades políticas a agilizar a solução para a BR-381. “Enquanto tivermos energia e o apoio da sociedade continuaremos nesta luta em favor da vida”, afirma.
Os organizadores pretendem levar o documento ao ministro dos Transportes, na bancada mineira no Congresso Nacional (Câmara e Senado) e ao governo de Minas Gerais que, apesar de não ser o responsável direto pela manutenção da estrada, pode ajudar no processo de viabilização da obra de duplicação da BR-381.
Os organizadores do abaixo assinado perceberam que a página tem recebido mais visitantes do que assinaturas. Para um total de 1.618 assinaturas, o número de visualizações chegava a 7344 na noite de ontem. O professor acredita que isto se deve ao fato do abaixo assinado exigir a informação de documentos pessoais dos participantes. Ele explica que esta exigência é para dar mais seriedade ao movimento. A página do movimento pode ser acessada pelo endereço eletrônico: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6719.
Imprudência
Sobre as causas dos acidentes o professor Joubert reconhece que boa parte é consequência da imprudência de muitos motoristas, porém não pode ser usada como justificativa para a ausência e omissão das autoridades diante das necessidades de manutenção e realização de obras para expansão e segurança da estrada.
Fonte: Diário do Aço
Nenhum comentário:
Postar um comentário