domingo, 29 de agosto de 2010

2010.08.29 - Crimes no asfalto – JVA Online

Amigos de vítimas do trânsito se reúnem no Iguaçu

Emmanuel FrancolHtZfManifestacao_em_frente_delegacia_-_Morte_de_Raquel_Barreto_da_Silva_-_Foto_Emmanuel_Franco_12Uma das idealizadoras do encontro é Maria Barreto, que em 2008 perdeu uma filha de 26 anos em um acidente causado por um agente penitenciário...

IPATINGA – A partir das 8h deste domingo (29), familiares e conhecidos de vítimas de acidentes automobilísticos ocorridos no Vale do Aço irão se reunir na BR-381, na altura da passarela do Bairro Iguaçu, em memória aos entes queridos que morreram no trânsito. O encontro, promovido pelo Movimento Nacional de Educação e Humanização do Trânsito e em Defesa da Vida (Movet), com o apoio do vereador César Custódio (PPS), tem como objetivo, além de manter viva a memória das vítimas, acabar com a impunidade nos crimes de trânsito. “A nossa expectativa é de reunir o maior número de pessoas possível. Estamos trabalhando por toda a cidade para divulgar o encontro, que deverá abranger pessoas de toda a região. Queremos sensibilizar tanto as pessoas que tiveram familiares vítimas de acidentes como quem não teve uma tragédia na família, para que o mesmo não venha acontecer com eles”, alertou Maria de Lourdes Barreto da Silva, 55, mãe da bibliotecária Raquel Barreto da Silva, 26, vítima de um acidente na BR-458, no dia 31 de agosto de 2008.

Adil Barbosa da Silva, 56, pai de Raquel, também luta - junto com a esposa - para que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) seja modificado. Para isso, criaram um abaixo-assinado, que está circulando no Vale do Aço. “Queremos mudar o Código Brasileiro de Trânsito para que, por exemplo, as pessoas embriagadas que se envolvam em acidentes passem a responder como participantes de crime doloso e não culposo”, afirmou.

Maria de Lourdes reforçou as palavras do marido. Para ela, a lei é de trânsito deixa a desejar, visto que até hoje o agente penitenciário, que estava embriagado e causou o acidente que ceifou a vida de sua filha, ainda não foi punido. “Eu a perdi há dois anos e até hoje não me acomodei. Minha vida foi do luto para a luta, afinal a dor e a saudade só aumentam. Mas se eu viver mais 50 anos, será outros 50 anos de sofrimento e luta para fazer Justiça pela morte dela. Por isso, é importante que todas as pessoas compareçam ao encontro e participem desta campanha de mobilização em prol da vida", disse Maria de Lourdes.

Ônibus especiais sairão dos bairros Limoeiro, Bom Jardim, Forquilha, Vila Militar, São Francisco, Vagalume e Planalto pontualmente às 8h. “No local teremos apresentação musical e teatral com artistas da região. Vamos contar com a participação de representantes de igrejas católicas e evangélicas, além da presença da pastora Christiane Yared de Curitiba, mãe de Gilmar Rafael Yared, vítima fatal do acidente provocado pelo ex-deputado estadual Fernando Carli Filho, na madrugada de 7 de maio de 2009”, concluiu Maria de Lourdes.

Assinaturas

Desde que iniciaram uma campanha para tentar mudar as leis de trânsito do Brasil, pouco após a morte da filha, os pais de Raquel correm atrás das 1.280.098 assinaturas necessárias - de pessoas de pelo menos cinco estados brasileiros. Até o momento, o casal já recolheu cerca de 100 mil. O objetivo é conseguir que o projeto de lei de iniciativa popular, no qual é obrigatória a apresentação de assinaturas de pelo menos 1% dos eleitores brasileiros, divididos entre cinco estados, saia do papel.

O projeto prevê, entre vários pontos, que crimes cometidos no trânsito, que envolvam pessoas embriagadas, passem a ser considerados dolosos – intencionais – e não mais culposos. Portanto, Maria de Lourdes e Adil Barbosa tentam mudar a Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997.

Através da campanha, o casal também pretende pressionar os agentes públicos para que o percentual mínimo do que é arrecadado com impostos e multas seja efetivamente investido em educação para o trânsito.

Fonte: JVA Online

Um comentário:

  1. Temos que lutar para que a Lei seja alterada e os culpados sejam punidos. A morte da minha amiga Raquel não será em vão.

    Cristiane Cristina-26 anos

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