sexta-feira, 20 de agosto de 2010

2010.08.20 - Complicações ainda maiores na BR-381 – Diário do Aço

Projetos executivos dos dois trechos mais perigosos sequer começaram. Estatística mostra a progressão das mortes na rodovia.

DivulgaçãoI005230O trecho em cinza representa o atual traçado antes do Rio Una/São Gonçalo do Rio Abaixo. O trecho em laranja, o novo traçado que deverá ser construído

DA REDAÇÃO - A Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Belo Horizonte, desconhece qualquer atraso no pagamento das oito empresas responsáveis pelos estudos de engenharia para a duplicação da BR-381, trecho entre a capital mineira e a cidade de Governador Valadares. Segundo a assessoria de Imprensa do Dnit, tudo o que foi feito, medido e comprovado, foi pago. A assessoria considera mera especulação a informação amplamente divulgada nas duas semanas anteriores, dando conta de atrasos nos pagamentos.

Em relação à declaração de um diretor de uma das empresas contratadas para a realização dos projetos executivos, revelando que não haveria mais orçamento para o pagamento dos próximos serviços, a assessoria do Dnit também atribui essa informação a uma especulação. Segundo a assessoria, o dirigente da empresa foi a Brasília e trouxe de lá a informação sobre o problema orçamentário. Na licitação, o Dnit prevê gastos de aproximadamente R$ 39 milhões com os pagamentos pelos projetos executivos da duplicação da BR-381. “Na Superintendência do Dnit não há nada neste sentido. Tudo foi pago até agora”, afirma a assessoria de Imprensa do órgão em Minas.

Enquanto sobram informações desencontradas, que seriam na verdade especulações sobre possível dificuldade orçamentária para pagar os projetos executivos, o que provocaria atrasos num eventual início da duplicação, outra situação ainda mais grave é deixada de lado. Dos dez lotes em que está dividida a obra da BR-381-Norte, apenas oito atraíram o interesse de empresas de engenharia e estão com os estudos em andamento.

Indefinição
O agravante na discussão sobre os projetos de duplicação da BR-381 é que dois lotes, relacionados ao que poderia ser considerado o trecho mais importante da obra, não tiveram sequer definidas as contratações de empresas para elaborar os estudos de engenharia. Faltaram interessados na licitação aberta em 2008 para os lotes 9 e 10, que tratam da variante entre Nova Era e São Gonçalo do Rio Abaixo, na altura da ponte do Rio Uma.

O trecho soma 45 quilômetros e na prática representaria a construção de uma nova estrada, haja vista que duplicação pelo atual traçado foi apontada como inviável.

Segundo a assessoria do Dnit, como faltaram empresas interessadas nos estudos desses dois lotes, dada a complexidade dos projetos, o órgão poderá acabar com esse impasse oficializando o convite a empresas de engenharia. A decisão cabe à diretoria colegiada do Dnit em Brasília, que ainda não se manifestou sobre o assunto.

Ainda que o governo federal liberasse recursos para iniciar a duplicação nos oito lotes cujos estudos devem começar a ser entregues no fim deste ano, o trecho mais perigoso da estrada ficaria para trás.

Estatística comprova aumento de acidentes

Diário do AçoI005237

Enquanto ganha destaque no discurso dos candidatos às eleições de 2010, a BR-381 segue como palco de tragédias. Até a noite de quarta-feira (18), foram contadas duas mortes em dois acidentes, um na terça-feira no KM 310, em que morreu o morador de Antonio Dias, Sebastião Fabiano de Souza, de 59 anos. O carro em que viajava invadiu a contramão e bateu em uma carreta. Outro acidente ocorreu no KM-399, em Itabira, quando o motorista Jorge N. da Silva, de 36 anos, forçou uma ultrapassagem e colidiu com uma carreta.

Os dados parciais dos acidentes registrados em 2010 ainda não foram divulgados pela Polícia Rodoviária Federal. O que se conhece oficialmente são os dados dos anos anteriores. No balanço consolidado de 2009, segundo a PRF, ocorreram 2.975 acidentes no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares: 1.454 pessoas saíram com ferimentos leves, 705 com ferimentos graves e 138 morreram.

No mesmo período em 2008 foram 2.706 acidentes, com 1.410 pessoas com ferimentos leves, 645 feridos graves e também 138 mortes. Já em 2007 foram 2.522 acidentes, com 1.299 feridos leves, 686 feridos graves e 121 mortos. Os dados não levam em conta as pessoas que morreram depois nos pronto-socorros e hospitais das cidades para onde foram levadas. 

Fonte: Diário do Aço

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