domingo, 29 de agosto de 2010

2010.08.29 - Problemas mostram a urgência das obras no Anel Rodoviário – Portal Uai

Ernesto Braga - Estado de Minas

Publicação: 29/08/2010 09:55 Atualização: 29/08/2010 12:10

Como se não bastasse o ambiente degradado das entradas de Belo Horizonte, os engarrafamentos ocorridos diariamente em alguns pontos causam transtornos à vida de quem passa pelo local. Nos feriados prolongados, como o que se aproxima – 7 de Setembro –, a situação se agrava, devido à grande quantidade de veículos que deixam a capital. Na quinta-feira, o Estado de Minas detectou o problema em vários trechos: no entroncamento do Anel Rodoviário com a BR-040, sentido Rio de Janeiro; na outra ponta da rodovia, na chegada de Brasília; e no Anel, próximo à entrada para a Avenida Antônio Carlos.

Por volta das 7h40, o trânsito estava tumultuado no Anel Rodoviário, com longa fila de carros que seguia no sentido Rio e pegaria o retorno do Bairro Olhos D’Água, na Região do Barreiro, para entrar no outro sentido da rodovia federal. “Os congestionamentos nesse ponto são provocados geralmente por pequenos acidentes e defeitos dos veículos”, afirma o engenheiro civil Silvestre Andrade, consultor em transporte e trânsito.

Confira as imagens da degradação dos principais acessos à BH

Às 8h15, uma grande fila havia se formado na BR-040, no Bairro Califórnia, Região Noroeste da capital, no sentido Brasília/BH. A retenção seguia pelo trevo de acesso ao Anel Rodoviário. “Esse engarrafamento virou rotina. Gasto 40 minutos deste ponto até a rodoviária, que daria para ser feito na metade do tempo”, lamenta o comerciante Ronaldo Ferreira de Jesus, de 36, que mora em Montes Claros, no Norte de Minas.

Meia hora depois, o Anel Rodoviário ficou engarrafado no sentido BR-381/BR-040, por causa do grande volume de veículos que queria entrar no trevo da Antônio Carlos, no Bairro São Francisco,. “A gente passa por isso todo dia e o problema só vai terminar quando reformarem o Anel”, afirma o representante comercial Plínio dos Santos Alencar, de 53.

Cartão de visita

Segundo Silvestre Andrade, os engarrafamentos enfrentados pelos motoristas que chegam a Belo Horizonte só vão terminar quando o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) executar o projeto de revitalização do Anel Rodoviário. Com a obra, ressalta o especialista, a rodovia também se tornará o novo cartão de visita da cidade, seguindo o exemplo da MG-010, revitalizada para melhorar o acesso ao Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana. “Não podemos falar em hipótese. O Anel tem que ser reformado para melhorar o aspecto urbanístico, de mobilidade e segurança do trânsito”, disse.

O projeto do Dnit prevê intervenções em 17 pontos da rodovia, com construção de 11 trincheiras, seis viadutos e oito passarelas. Contestado pelo Tribunal de Contas da União, que apontou superfaturamento de R$ 317 milhões dos R$ 837,5 milhões do orçamento previsto para as obras, a licitação foi anulada pelo órgão federal.

Limpeza por conta própria

Dono do posto de gasolina e churrascaria Beija-flor, no km 228 da BR-381, Bairro Capitão Eduardo, Região Nordeste de Belo Horizonte, na chegada de Vitória, Elvécio Teixeira Filho, de 34 anos, assumiu uma responsabilidade que deveria ser do poder público: a cada três meses, manda capinar as margens da rodovia. “Contrato alguém para limpar o mato e recolher o lixo. Ficando bem limpinho, dá outra impressão. Com aspecto de abandono, viajante nenhum vai parar no meu comércio”, disse, ressaltando que o Dnit faz vista grossa à sujeira das margens da BR-381.

O órgão federal informou que gasta R$ 1,5 bilhão por ano com a manutenção de 8,5 mil quilômetros de rodovias mineiras. São firmados contratos de dois anos com empresas privadas, que fazem serviços como tapa-buracos, capina e roçada do mato, desentupimento do sistema de drenagem e recapeamento do asfalto. No Anel Rodoviário, o convênio é com a Prefeitura de Belo Horizonte. O Dnit também executa o programa Pró-sinal, no qual funcionários percorrem trechos para avaliar a necessidade de reformas.

Quanto às construções irregulares às margens das rodovias, o Dnit reconhece a dificuldade em evitar as invasões. O órgão informou que estão em andamento na Justiça várias ações de reintegração de posse. Não estão previstas intervenções paisagísticas para melhorar o ambiente degradado das rodovias, voltadas para a Copa de 2014. Mas algumas obras deverão ser finalizadas até o Mundial, como a restauração da BR-040 (para o Rio) e revitalização do pavimento da rodovia (sentido Brasília), a duplicação da BR-381 (de BH a Governador Valadares, no Vale do Rio Doce) e a reforma do Anel Rodoviário.

O consultor em transporte e trânsito Silvestre Andrade aponta a necessidade de melhorias na sinalização indicativa em toda a capital, preparando a cidade para sediar a Copa. A BHTrans informou que está sendo firmado um convênio com o Ministério do Turismo e a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) para mudanças na sinalização turística da cidade, ainda sem data prevista para ser executada.

Fonte: Portal Uai

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