domingo, 22 de agosto de 2010

Quanto custa um mandato político no Brasil?

O modelo eleitoral Brasileiro está podre e seu mal cheiro pode ser sentido na qualidade dos candidatos e na prática da política. Pior do que isso é o fato de que ele tem possibilitado a vitória do marketing, no lugar das idéias e dos ideais.  Qualquer um pode ser candidato, mesmo que a política não seja uma atividade recomendável para "qualquer um"...  As intenções, o caráter, o histórico, a competência e a vocação são "detalhes" que menos importam, vale mesmo é o poder do dinheiro que será empregado na campanha, muitas delas milionárias e sem lastro.
 
Ganha as eleições quem tem cacife e sabe iludir melhor o eleitor com imagens e subornos, sobretudo nas classes menos informadas que se encantam facilmente com promessas ou mesmo com alguns trocados: 80, 100 reais, um tanque de combustível, um botijão de gás ou um favorzinho qualquer para quem vive na pobreza absoluta, não tem instrução e nem consciência, (60 milhões de pessoas que vivem nas mais de 25 mil favelas espalhadas pelo País) não é nada mal.
 
Não há meios de controlar a barganha do voto no miolo de uma favela. Isso por que a justiça eleitoral nem entra nestes locais. Se não bastasse a ausência da Lei, vale mais o que se vê do que o conteúdo dos candidatos. Os mandatos tem preço e quem pode pagar, leva. Quanto custa uma eleição? Ninguém da Justiça Eleitoral sabe e jamais irá saber. Para todos os cargos há um preço e não é barato, costuma ser cifras milionárias, que não aparecem nas prestações de contas dos candidatos. 
 
Deles também não se exige nada além de uma ficha limpa (obrigação que todo cidadão brasileiro precisa para conseguir crédito, emprego ou  abrir uma simples conta bancária, nada demais) Não é necessário conteúdo, projeto e nem tampouco compromisso, basta prometer que tudo agora irá mudar, que tudo será diferente... Basta ter dinheiro e um pouco de cinismo, pois o que vale são as aparências, a versão e não os fatos.
 
Com efeito, depois de 3 de outubro, tudo que foi prometido poderá ser esquecido, mesmo os que não prometeram nada, mas tiveram recursos para bancar a compra do mandato passarão a definir o futuro do País, farão leis, aprovarão o orçamento do Brasil e terão direito a emendas, verbas milionárias e ao título de deputado, senador e alguns até governador. São centenas de exemplos de pessoas que jamais poderiam exercer tais funções e nem sabem o que são estes ofícios, não tem consciência das responsabilidades, legislarão e governarão em causa própria, usarão a máquina pública para pagar favores ou para se locupletarem. Isso é democracia ou anarquia?
 
José Aparecido Ribeiro
Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia
MBA em Marketing - Asset Manager
Especialista em Transito e Assuntos Urbanos
CRA-MG - 0094/94
Belo Horizonte - MG
31-9953-7945

 

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