Publicado no Jornal OTEMPO em 03/09/2011
A rápida visita da presidente Dilma Rousseff a Minas foi marcada por declarações impactantes. A primeira delas diz respeito à saúde. Ela entende que será preciso criar nova forma de arrecadar recursos para o setor, embora não considere a volta da famigerada CPMF uma solução - pelo menos, "como era". O que Dilma quis dizer é que, para se destinar mais recursos para a saúde, um novo imposto precisa ser criado, mas não aos moldes da antiga contribuição, que teve suas finalidades desvirtuadas e os recursos desviados para toda sorte de uso. Assim, a opinião pública transformou a CPMF em vilã e manifestou profunda antipatia ao que ela passou a representar, ou seja, uma manipulação política de um objetivo inicialmente nobre.
O curioso é que, quando se fala em recursos, a realocação daqueles já existentes nunca surge como opção primeira. Deputados e senadores logo pensam em criar algo novo, esquecidos de que o Brasil é dos países que mais cobram impostos de seus cidadãos. Por que não reestruturar planilhas de gastos e estudar fórmulas alternativas de priorização de recursos? Todos os países do mundo enfrentam esse problema, mas muitos encontram maneiras de solucioná-lo, sem penalizar as pessoas.
Dilma também afirmou que o projeto executivo de duplicação de lotes da BR-381 ficará pronto até o mês que vem. Por se tratar de reivindicação antiga dos mineiros, que viram essa estrada se transformar em um autêntico corredor da morte, a notícia é auspiciosa.
Mas promessa não enche os bolsos de ninguém e os recentes episódios ocorridos no Ministério dos Transportes, com repercussão no Dnit, fazem com que só se acredite mesmo nessa possibilidade a partir do momento em que sinais claros forem emitidos por Brasília.
Já que, para a BR-040, o discurso não é tão favorável e o metrô de Belo Horizonte ainda continua como algo distante, apesar do otimismo da presidente, resta esperar que pelo menos a BR-381 seja efetivamente contemplada com obras em curto prazo, solucionando problema antigo e muito sério da área de transportes.
Fonte: O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário