Estrutura da PRF também sofre com a falta de recursos disponíveis
Ana Paula Pedrosa e Queila Ariadne
Minas Gerais tem a maior malha viária federal do país, o maior número de acidentes e de vítimas fatais em estrada, mas o investimento em infraestrutura não acompanha a importância do Estado. De 2003 a 2010, Minas Gerais recebeu R$ 6 bilhões em investimento, o maior valor nominal entre as unidades da federação. Mas a média de investimento por quilômetro é de R$ 72.732, apenas a 13ª posição entre os Estados brasileiros. O levantamento foi elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
O presidente da Associação dos Distribuidores Atacadistas de Minas Gerais (Ademig), Ronaldo Magalhães, lembra que, além da maior malha, o Estado tem também localização estratégica e, por isso, uma estrada mal conservada em Minas Gerais pode levar prejuízo a motoristas e empresas de todo o país. "Tem estradas piores do que as mineiras, mas o agravante é que tem que passar por Minas Gerais para ir a qualquer lugar do país", diz Magalhães.
O descaso com as rodovias mineiras resulta em casos como o da ponte sobre o rio das Velhas, na BR-381, na divisa de Sabará e Belo Horizonte, que simplesmente afundou em abril. Às vésperas do feriado da Semana Santa, um dos pilares da ponte teve rebaixamento de 80 centímetros, o que levou à interdição do local. Na época, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) afirmou que o problema foi causado pelo assoreamento do rio e negou problemas na manutenção. Motoristas que têm costume de trafegar pelo local, no entanto, dizem que a queda da ponte já era previsível.
"A ponte já estava em péssimo estado. Quem passa por ali sabia que uma hora ela não aguentaria o tráfego", afirma o gerente da transportadora Patrus, Dângelo de Oliveira Menezes. Atualmente, há uma ponte provisória no local, com velocidade limitada a 40 km/h. Caminhões com mais de 45 toneladas têm que pegar um desvio que aumenta a viagem em 90 quilômetros. A nova ponte deve ficar pronta em outubro.
Outros trechos críticos apontados por motoristas e especialistas em logística são o entre Belo Horizonte e João Monlevade, da BR-381, e o Anel Rodoviário da capital.
A falta de estrutura chega também à Polícia Rodoviária Federal (PRF), que mantém os postos com sinalização precária e estrutura deficiente. Em audiência pública na Assembleia Legislativa, na semana passada, o representante da PRF, Ricardo Azevedo, disse que o órgão tem apenas 700 pessoas nos 6.000 quilômetros de estradas federais de Minas Gerais e admitiu que o número é insuficiente.
Alto custo
1º lugar é a posição ocupada por Minas Gerais no ranking de acidentes e mortes
15,6% é a participação de Minas na média anual dos acidentes do país, de 2007 a 2010
23.864 é a média anual de acidentes nas estradas mineiras, no acumulado de 2007 a 2010
Fonte: O Tempo
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