domingo, 14 de junho de 2009
Voltamos hoje à cobrança da duplicação da BR-381. Acredita-se que a "Rodovia da Morte", que já se consagrou como campeã brasileira na produção de mortos e feridos no trecho que liga Governador Valadares a João Monlevade e de lá até a capital, Belo Horizonte, vai continuar matando pessoas ainda por um bom tempo. Um anúncio feito recentemente em BH pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), de solução do grave problema, ainda deve demorar um bom tempo, até que o governo federal resolva liberar verba pelo menos para dar início às obras — primeiro consertando o traçado de curvas perigosíssimas no trecho entre Monlevade e a Capital, para então pensar na duplicação da citada rodovia.
A BR-381, que é muito mal traçada, torna-se uma das rodovias mais perigosas do País, para não dizer a pior do Estado. O governo federal, que já está tocando obras em trechos de outras estradas de Minas — como por exemplo na duplicação da BR-040, entre Sete Lagoas e o trevo de Curvelo; e a recuperação da BR-135, que vai desse último ponto até Montes Claros, no norte do Estado —, devia já estar atacando também as obras programadas ao longo de muitos anos para a BR-381. O pior é que o Dnit sabe tudo sobre a Rodovia da Morte, onde só no ano passado 99 pessoas morreram e 1.255 ficaram feridas, em 1.631 acidentes, apenas no trecho Monlevade-BH — e mesmo assim as obras programadas para a perigosíssima rodovia continuam no papel, apenas.
No início deste mês, diretores do Dnit de Minas voltaram a garantir que um plano de emergência para a BR-381 está em fase de estudos. Que de imediato o governo federal vai implantar radares(!) e melhorar a sinalização da estrada. Mas o Dnit de Minas ainda não sabe quando Brasília expedirá ordem e dinheiro para a duplicação da estrada. É difícil explicar que haja falta de recursos para uma obra tão importante e reclamada como esta, cujo projeto inicial de duplicação era somente para o trecho entre Belo Horizonte e Monlevade, mas que deverá se estender até a BR-116, em Governador Valadares. A pergunta que se faz é a seguinte: onde estão os bilhões de reais de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se de imediato o governo federal só tem uma mísera verba para sinalizar a estrada com radares?
Os mineiros — em especial os que transitam com frequência na estrada em questão — não podem se contentar com tão pouco, com simples radares, que, além de controlar a velocidade dos veículos, são utilizados também para arrancar
multas dos já sacrificados motoristas. Por mais caro e difícil que seja corrigir o traçado e fazer a duplicação da BR-381, esta é uma obra que precisa ser feita com a maior urgência possível. Para tanto é necessário que toda a sociedade
mineira (e não somente a da região diretamente prejudicada) se mobilize para cobrar do governo a realização urgente dessa obra. E já passa da hora de se formarem caravanas contínuas a Brasília, para exigir do governo (leia-se: do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) um pouco mais de atenção e vontade política para com as estradas federais neste Estado. Afinal, Minas é a unidade com a maior malha rodoviária federal de todo o País e a que, infelizmente, vem pagando com mais sangue o descaso de Brasília.
Fonte: http://www.drd.com.br/noticia.asp?id=50001970112100002
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