
Mais um dia 13 foi marcado por protesto na macabra BR-381, a Rodovia da Morte. Ontem, data em que se completou três meses do enterro dos seis ocupantes de uma van que morreram em um acidente na rodovia, familiares e amigos das vítimas, pela quarta vez, promoveram uma manifestação, com duração de uma hora. As pistas, nos dois sentidos, foram interditadas, a partir do trevo de Caeté, o que resultou em um congestionamento de quatro quilômetros. Impacientes, muitos motoristas reclamaram do protesto. “Enquanto as promessas dos órgãos federais não forem cumpridas, repetiremos a iniciativa”, disse um dos organizadores do movimento, Fernando Caetano Fonseca.
Ontem, pela primeira vez, um boneco de pano foi colocado sobre uma cadeira numa das pistas. O Zé Duplicação, assim chamado, tinha na blusa a inscrição “Duplicação ou enrolação”, o que, segundo os organizadores, representa a dúvida de todos que lutam para que a rodovia, na qual só no ano passado 600 pessoas morreram, receba a atenção do governo. “Estamos esperançosos com a visita ao vice-presidente José de Alencar. Ele prometeu medidas eficazes para a BR”, diz Fernando, destacando 43 radares e a duplicação.
Mesmo que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) assine, nos próximos dias, convênio para contratação das empresas para o projeto de duplicação, a promessa ainda é dúvida para todos que usam a rodovia diariamente. Ainda descrente da promessa de melhoria, houve quem apontasse ontem outro caminho. O presidente do Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros e Afins, José Natan, participou do protesto e levou um abaixo-assinado para a construção de uma nova rodovia entre Minas e o Espírito Santo. “A duplicação não adianta, o que deve ser feito é outra estrada, a partir de Divinópolis e Itaúna, passando pela Grande BH e pelo Vale do Aço. Para a proposta, que levaremos ao presidente da República, vamos recolher 400 mil assinaturas.”
Eliane da Silva, mãe de Alberty, de 23 anos, um dos estudantes que morreram no acidente da van em 11 de março, disse, durante o protesto, que estará na luta para exigir mudanças na BR, para que outras mães não sofram como ela. “O meu outro filho que estava também dentro da van até parou de estudar em BH, porque tem medo da rodovia”, disse.
Manifestantes paralisaram ontem por duas horas a rodovia também em Nova União, na Grande BH, , e em Bela Vista de Minas, na Região Central, chegando a fila de veículos, nos dois locais, a cinco quilômetros. “No próximo dia 13, faremos também uma paralisação em João Monlevade”, avisa Fernando.
Fonte: http://www.uai.com.br/EM/html/sessao_18/2009/06/14/interna_noticia,id_sessao=18&id_noticia=103754/interna_noticia.shtml
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