domingo, 15 de maio de 2011

Descaso federal

Teodomiro Braga

Isso significa que podemos perder as esperanças de ter um aeroporto decente para a Copa de 2014

O descaso do governo federal em relação a Minas Gerais, felizmente, começa a ganhar destaque na pauta de líderes empresariais e políticos do nosso Estado. Quem já se arriscou a viajar de Belo Horizonte para Governador Valadares pela pavorosa BR-381, a chamada "Rodovia da Morte", sabe do que estou falando. Também sabem do que estou falando milhares de belo-horizontinos que diariamente trafegam pelo Anel Rodoviário, arriscando a vida nas suas pistas esburacadas, estreitas e mal sinalizadas.

E o que falar do malsinado metrô de Belo Horizonte, que atingiu seu limite e está à beira do colapso, segundo excelente matéria publicada em O TEMPO no sábado passado? Símbolo da indiferença do Palácio do Planalto em relação a Minas, o metrô não recebeu um tostão de investimentos nos últimos dez anos.

O tratamento de segunda dado pelo governo federal a Minas foi motivo de protesto durante visita do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, à Fiemg, na semana passada. O presidente da Associação Comercial de Minas Gerais, Roberto Fagundes, reclamou de que não havia uma referência sequer a Minas no mapa de investimentos do governo federal apresentado dias antes pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A imperiosa necessidade de mudança desse quadro foi o tema de encontro promovido na terça-feira passada, em Brasília, pelo senador Clésio Andrade, que reuniu 170 prefeitos mineiros, entre eles o prefeito de BH, Marcio Lacerda, além do ministro Pimentel.

Clésio garantiu aos prefeitos que já estão asseguradas três obras federais para Minas na área de transportes: a duplicação do trecho BH-João Monlevade da BR-381, a reformulação do Anel Rodoviário de BH e a duplicação da BR-040 do trevo de Ouro Preto até Ressaquinha. Pode ser um começo de mudança na postura de Brasília em relação a Minas, mas ainda é pouco, muito pouco, diante da enorme lista de demandas não atendidas do Estado junto ao governo federal.

Só na área de transportes, a lista inclui ainda a duplicação do trecho João Monlevade-Governador Valadares da BR-381, a conclusão do metrô de Belo Horizonte e a modernização e ampliação do Aeroporto de Confins. O aeroporto, por sinal, foi motivo da péssima notícia recebida pelos mineiros na semana passada: o adiamento dos planos de privatização de Confins, que, a exemplo do metrô de BH, também atingiu seu limite. Isso significa que podemos perder completamente as esperanças de ter um aeroporto decente para a Copa de 2014.

É torcer para que o Aeroporto de Confins seja um caso isolado e que os investimentos do governo federal em Minas no governo Dilma avancem muito além das três obras anunciadas pelo senador Clésio Andrade.

Teodomiro Braga escreve neste espaço aos sábados E-mail: teodomiro@otempo.com.br

Fonte: O Tempo

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