Infrações por excesso de velocidade nas rodovias federais que cortam Minas atingiram 93.993 de janeiro a abril
Celso Martins - Repórter - 17/05/2011 - 03:54
LUIZ COSTA 
Número de multas deve crescer com a instalação de novos equipamentos
A cada hora 32 veículos foram multados pelos radares fixos instalados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) nas rodovias federais do Estado. O balanço de janeiro a abril deste ano mostra que foram aplicadas 93.993 infrações de trânsito por excesso de velocidade, uma a cada dois minutos. Estas multas são referentes à Região Metropolitana de Belo Horizonte e BR-381 da Capital até Jaguaraçu, no Vale do Aço.
As rodovias federais que cortam Minas Gerais terão até o final de julho 410 radares fixos, sendo 180 barreiras eletrônicas. Até o mês passado 29 equipamentos de controle de velocidade já estavam em operação. A tendência é de aumento das multas por radar. Em janeiro deste ano, quando 15 estavam em operação, foram 6.096 infrações, uma média de 406 por equipamento.
Segundo o balanço do Dnit, os 29 radares em operação multaram no mês passado 45.053 veículos, quase a metade deste ano, e uma média de 1.553 por equipamento, um aumento de 282% em relação a janeiro deste ano.
O campeão de multas é o radar fixo instalado na BR-381, em Jaguaraçu, no Vale do Aço, próximo a Coronel Fabriciano, com um total de 8.769 infrações só em abril, uma média de 2.923 por dia. O segundo com maior número é o instalado na BR-381, entre São Gonçalo do Rio Abaixo e João Monlevade, na Região Central do Estado.
"Sou a favor da instalação de radares para punir os infratores, mas é preciso melhorar as rodovias para que a velocidade permitida seja compatível com a potência e tecnologia dos veículos", afirmou o presidente da ONG SOS Rodovias, José Aparecido Ribeiro. Ele defende a instalação de barreiras eletrônicas em todo o Estado. "Os equipamentos que ficam escondidos não educam os motoristas, servem apenas para arrecadar. As barreiras ajudam a educar", disse Ribeiro.
O presidente da ONG denuncia que desde janeiro deste ano três radares instalados na BR-050, no Triângulo Mineiro, no trecho conhecido por "curva da morte", estão inoperantes.
O advogado Enir Lemos, especialista em processos de trânsitos, lembra que todo motorista multado deve receber em até 30 dias após a infração um documento do Dnit comprovando a irregularidade. "Há vários casos de pessoas que recebem multas e perdem os prazos para apresentação dos recursos por falta de informação", disse.
A BR-381, no trecho de 100 quilômetros que separa a capital da cidade de João Monlevade, foi a que recebeu o maior número de radares, 27 no total. Serão instalados 19 dispositivos do tipo discreto (pardal) e cinco lombadas eletrônicas, além das três lombadas já existentes neste trecho.
Segundo o Dnit, a expectativa é reduzir em cerca de 70% número de acidentes em áreas urbanas e rurais. Ao todo serão instalados 2.696 equipamentos, que vão monitorar 5.392 faixas de trânsito pelo prazo de cinco anos.
O processo licitatório iniciado em outubro de 2009 foi concluído com a redução de 44% no preço do serviço a ser executado. Quando abriu o edital, o Dnit estimou o investimento em R$ 1,4 bilhão, mas com a concorrência que considerou melhor técnica e menor preço, os valores ficaram em R$ 804,7 milhões. Os recursos para implantação e operação dos equipamentos constam do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC.
O Dnit informou que os radares da BR-050 não estão funcionando por falta de energia. Segundo o órgão, a Cemig já foi acionada para fazer a ligação dos equipamentos.
Fonte: Hoje em Dia
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