segunda-feira, 30 de maio de 2011

Obras em trecho prioritário da BR-381 vão exigir pelo menos cinco anos

30/05/2011 12h41

Audiência Pública realizada em Coronel Fabriciano reforça proposta de Itabira, que já se encontra no Ministério dos Transportes, de desvio da rodovia federal para as MGs 129, 434 e MGC 120 até Nova Era

ALMG e JOSÉ SANA

Galvani SilvaÁrea de transferência01BR-381, a Rodovia da Morte

Apesar de suas características específicas, a BR-381 padece de problemas também comuns a toda a malha rodoviária brasileira, segundo afirmou na terça-feira, dia 24 de maio, o engenheiro representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Carlos Rogério Caldeira de Lima. Ele participou de audiência pública sobre a rodovia, em Coronel Fabriciano (Vale do Aço), onde falou da situação precária das estradas do País e anunciou que ainda serão necessários de cinco a seis anos para a conclusão de todo o empreendimento previsto para a BR-381 Norte, conhecida como a "rodovia da morte", entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

"Toda a malha brasileira está sob risco. São obras velhas e há 20 anos sem manutenção, uma combinação explosiva", alertou o engenheiro durante a audiência, realizada pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a requerimento do vice-presidente, deputado Celinho Sinttrocel (PC do B).

Ao apresentar um panorama da situação do empreendimento previsto na BR-381, o representante do Dnit, também presidente da Comissão de Fiscalização dos Projetos da rodovia, destacou que o governo federal elegeu como prioritário o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, que contempla ao todo dez lotes de obras. Desses, dois lotes (7 e 8), entre Belo Horizonte e São Gonçalo do Rio Abaixo, estão em fase de licitação de obras, que deverão estar concluídas em 36 meses.

Esses dois lotes, tema do debate na cidade, foram tratados em audiências públicas do Dnit realizadas em Belo Horizonte e São Gonçalo neste mês de maio, exigência legal para efeito de licitação das obras. O início das intervenções, contudo, depende do encerramento de todo o processo de licitação, inclusive do prazo legal para interposição de recursos, conforme lembrou Carlos Rogério. A expectativa é que até 2014 as obras entre as duas cidades esteja concluída.

COBRANÇAS DOS PARLAMENTARES

O deputado Celinho do Sinttrocel (PC do B), vice-presidente e autor do requerimento da audiência, informou ter participado das duas audiências públicas do Dnit realizadas em Belo Horizonte e São Gonçalo sobre os dois lotes de obras em fase de licitação. "Foram audiências não de queixas e lamentações, e sim propositivas", avaliou, defendo agora a concretização do que está previsto.

Frisando que a região do Vale do Aço paga um preço alto pela não duplicação da BR-381, o deputado justificou a audiência para dar publicidade ao que o Dnit propõe sobre a situação. "Precisamos acreditar que a duplicação terá início, há muitos anos se fala disso. A sociedade clama por essa obra", destacou Celinho, ao informar que em outra recente audiência pública, esta em Brasília, o ministro dos Transportes foi claro ao colocar a 381 como prioridade."Ele disse que os recursos estão garantidos no PAC e temos que pensar positivo".

O deputado Juninho Araújo (PTB), por sua vez, cobrou ações concretas do governo federal, com prazos definidos."Estamos praticamente ilhados", criticou, citando ainda a recente queda de ponte que obrigou o desvio pelo município de Santa Luzia na saída de Belo Horizonte."Uma viagem de três horas leva seis horas, fora o risco para quem passa pela Serra de Caeté", frisou.

Definindo a situação da rodovia como de"vergonha nacional", ele lembrou que Minas tem a maior malha federal do país e a pior em condições. Criticou, ainda, os sucessivos atrasos na obra e defendeu a união de todos os segmentos em prol da viabilização do projeto, segundo ele de impacto positivo. "Será uma das melhores estradas do Brasil, só espero que se concretize", afirmou Juninho Araújo.

CAPACIDADE PERDIDA

Segundo afirmou o representante do Dnit, Carlos Rogério Caldeira de Lima, nunca faltou recurso para a modernização da BR-381 Norte, mais conhecida como "rodovia da morte". "É evidente que a obra é prioritária, a questão é que não se trata de um empreendimento fácil", afirmou. Além da topografia montanhosa da região, ele citou como outro complicador o tráfego pesado da rodovia, já que o transporte de carga não poderá ser interrompido durante as obras.

Dois dos dez trechos entre BH e Governador Valadares, inclusive, não tiveram, inicialmente, interessados em participar da licitação para contratação de projetos, diante da complexidade dos mesmos, exemplificou o engenheiro. Contudo, ele também criticou a morosidade das melhorias na rodovia, informando que é engenheiro de carreira há 36 anos, dos quais dez envolvidos com a situação da BR-381. "Compartilho com a indignação e perplexidade de todos. Mas diria que não é o único grande empreendimento de infraestrutura do Brasil que sofre com a morosidade" , criticou, citando a situação de aeroportos e hidrelétricas e propondo uma reflexão.

"Em apenas cinco anos, entre 1967 e 1972, foram pavimentados 25 mil quilômetros de rodovias federais. Será que o Brasil perdeu a capacidade de modernização?", questionou o representante do Dnit, que expôs um vídeo sobre a rodovia.

PROPOSTA ENCAMINHADA

O prefeito de Itabira, João Izael Querino Coelho, depois de passar a sua proposta de construção do trecho Trevo de Itabira a Trevão de Nova Era, via MGs 129 e 434 e MGC 120 (Itabira a Nova Era) pela Superintendência Regional do Dnit em Minas Gerais e obter aprovação total desse órgão, acompanhou o encaminhamento do novo projeto ao Ministério dos Transportes,a em Brasília.

Considerando que vinha dando suporte às reivindicações e projetos de duplicação da rodovia de Belo Horizonte a Governador Valadares, continuou sendo mensageiro da ideia o ex-deputado José Santana de Vasconcellos, hoje vice-presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). E com o ex-parlamentar, acompanha oficialmente, como deputado majoritário na região, Bernardo Vasconcellos.

Fonte: DeFato Online

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