sábado, 7 de maio de 2011

BR-381 é campeã nacional das tragédias

Álvaro Braga - Estado de Minas

Ana Clara Brant -

Publicação: 07/05/2011 07:00 Atualização: 07/05/2011 06:57

20110507004205569341aNem mesmo a barreira física no canteiro central, como defendem os especialistas, evita acidentes como este na semana passada na 381, em Contagem

As BRs 381 e 040, duas das mais importantes rodovias federais que cortam Minas Gerais, lideram um ranking trágico: estão entre as mais perigosas do Brasil e são palco de centenas de mortes a cada ano. É o que atestam dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) referentes ao número de acidentes e vítimas em todas as estradas federais do país. De acordo com os levantamentos da PRF, na 381 houve, em 2010, 334 das 1.344 mortes em BRs no estado, o equivalente a 24,85% do total. Já na 040 foram 217 mortes, pouco mais de 16,14%. Ao todo, 41% das mortes em acidentes nas estradas federais que passam pelo estado ocorreram nas duas vias.

No levantamento do Dnit, que apurou o número de acidentes com mortes em cada uma das estradas federais, a 381, também chamada de Rodovia da Morte, aparece em primeiro lugar, com 116 ocorrências com vítimas no ano passado, no trecho entre Belo Horizonte e a divisa com o Espírito Santo. A BR-040, no trajeto Juiz de Fora a Brasília, aparece em terceiro lugar na lista das mais perigosas com 75 acidentes com mortos. O segundo lugar é da BR-101, no trecho que corta o Espírito Santo, com 94 acidentes com mortes.

O levantamento da PRF confirma ainda a tendência de crescimento do número de tragédias. A cada ano, os acidentes e vítimas aumentam, mostrando que as autoridades ainda não acharam a ferramenta eficaz para impedir o desperdício de vidas nas estradas. Em 2009, a PRF registrou 1.214 mortes em 25.072 acidentes. Um ano depois, o número de acidentes subiu para 27.366, com 1.344 óbitos.

Na 381 e na 040 o total de desastres e mortes também cresceu em 2010, quando comparados com o ano anterior. Na primeira, em 2009, houve 9.614 acidentes, com 280 mortos. No ano passado, foram 9.890 ocorrências, com os 334 óbitos citados anteriormente. Na segunda, foram 4.707 acidentes e 209 mortos em 2009, contra 5.307 ocorrências e 217 vítimas em 2010.

A PRF aponta ainda os trechos da BR-381 onde ocorrem mais acidentes: entre BH e Governador Valadares, no ano passado, foram 2.836 ocorrências, com 2.007 feridos e 180 mortos, contra 2.975 acidentes, 2.159 feridos e 138 óbitos no ano anterior. Entre Belo Horizonte e João Monlevade, a PRF anotou no ano passado 2.049 acidentes, com 1.430 feridos e 11 mortos. Em 2009, os dados apontavam, respectivamente, 2.111 acidentes, 1.497 feridos e 81 mortos.

Curvas e ultrapassagens

O professor e doutor em engenharia de transportes Frederico Rodrigues, mesmo sendo categórico em afirmar que o grande responsável por boa parte dos acidentes nas rodovias brasileiras é o motorista, lembra as características peculiares das BRs 381 e 040 e diz o que pode ser feito para reduzir as estatísticas trágicas nestas estradas. “As duas têm muitas curvas, especialmente a 381, e longas áreas de ultrapassagem proibida. O problema é que quem dirige, geralmente, não respeita a sinalização, perde a paciência por ficar muito tempo atrás de um caminhão e o ultrapassa onde não pode. Os raios de curvas são mais fechados e precisam de velocidade menor. Mas nem sempre é o que ocorre.

No caso da 040, onde há uma grande concentração de áreas urbanas, é comum a ocorrência de muitos acidentes nos atravessamentos. Por isso, todo o cuidado é pouco. “O veículo tem que rodar devagar porque está perto de uma cidade e, muitas vezes, isso não ocorre. Há redutores de velocidade e mesmo assim há acidentes”, diz o especialista. Para ele, há maneiras de minimizar os desastres nas duas estradas, como separar as pistas com canteiros centrais ou mesmo duplicar as vias, no caso da BR-381.

Fonte: Portal Uai

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