Quem já teve parentes e amigos vítimas da precariedade da BR-381 não consegue esquecer armadilhas que tornaram a ligação entre BH e Valadares conhecida como Rodovia da Morte
Publicação: 07/05/2011 07:00 Atualização: 07/05/2011 06:58
Aloísio da Costa perdeu três irmãos em acidente e crê que violência na 381 vai se manter por muito tempo
Os dramas de quem perdeu parentes ou sobreviveu a um acidente na BR-381, no trecho mais perigoso da rodovia, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, podem ser contados aos milhares. Um deles é o do industriário Aloísio Martins da Costa, de 57 anos, que na véspera do réveillon de 2010 perdeu de uma vez três irmãos em um acidente próximo ao Hotel Tauá, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A família, natural de Santa Maria do Itabira, estava acostumada a enfrentar a Rodovia da Morte mas, mesmo assim, tomou várias precauções antes de pôr o pé na estrada. "Quatro dos meus irmãos vieram passar o Natal comigo em BH e estavam voltando para Santa Maria, para passar o ano-novo. Minha irmã, que estava dirigindo, escolheu um dia em que não estava chovendo e saiu logo pela manhã. Mas não conseguiram terminar a viagem, infelizmente", lembra Aloísio.
Uma blazer que vinha no sentido oposto capotou e acabou atingindo o Palio em que viajavam os parentes do industriário. Só a motorista sobreviveu. "O trauma foi tão grande que minha irmã não voltou a dirigir desde então. A estrada é tão perigosa que, quando fomos para a missa de 30º dia, um primo nosso havia se acidentado, felizmente sem gravidade. Sempre tem alguma coisa ali", comenta.
Pelo menos uma vez por mês, Aloísio tem que enfrentar a 381 para visitar parentes, seja em Santa Maria de Itabira ou em Ipatinga, no Vale do Aço. Ele acredita que, pelo fato de a rodovia ter muitas curvas, não ter canteiro central e ter pouca proteção, continuará a figurar por muito tempo entre as estradas mais violentas do país. "Ali costuma haver muitas batidas frontais, como foi a dos meus irmãos, porque não tem proteção entre as pistas. E a maior parte desses acidentes, infelizmente, acaba tendo um fim trágico", lamenta.
Sobrevivente
O estudante Cássio Nicácio Costa, de 23, tinha 18 anos quando sofreu um grave acidente na 381, próximo a João Monlevade, na Região Central, no qual acabou perdendo o pai. Os dois voltavam de uma viagem de férias à Bahia e iam apara o aniversário do avô de Cássio. Um caminhão que vinha em sentido contrário, em alta velocidade, não conseguiu fazer uma curva acentuada e capotou, atingindo do carro em que viajavam pai e filho.
"Não me lembro de nada do acidente. Eu apaguei, porque perdi muito sangue, quebrei várias partes do corpo e só fui acordar cinco dias depois. Levei um ano para me recuperar e voltar a andar, fora o trauma de ter perdido meu pai", conta o estudante. Cássio Costa diz que, na época do acidente, estava prestes a tirar a carteira de habilitação, mas que depois do ocorrido, nem pensa em dirigir. "Não tenho a mínima vontade de pegar um carro", frisa. Por ter uma casa de veraneio no Sul baiano, ele tem que passar pela 381 com frequência, e revela que sempre fica temeroso. "Ela é realmente muito perigosa, principalmente na saída de Belo Horizonte. Tem um trânsito intenso, bem complicado", constata.
Fonte: Portal Uai
NOS PERDEMOS 5 PESSOAS NESTAS RODOVIA DIA 06 DE MAIO 2011 AINDA ESTAMOS EM CHOQUE
ResponderExcluirTia beli , primos: Cleide , Luan ,Eliane e Alvaro